20 março 2007

AS DIFERENTES TRIBOS, SUAS LINGUAGENS E O COMPUTADOR


Amigos Professores,

Venho percebendo mais um dentre os fatores que podem colaborar para que você não utilize o computador: As novas “linguagens” que estão surgindo. Quem nunca ouviu falar do “msn” e os “naum”, “ateh”, “blzz”, e outras “palavras”? Conversando com companheiros da área de língua portuguesa, pude perceber que eles têm mais essa preocupação: Uma língua difícil, da qual poucos têm o domínio completo e, principalmente nossos alunos do ensino fundamental e médio, no momento em que estão tomando gosto, ou não, por ela, mergulham nesse palavreado esquisito.
E o culpado por tudo isso, além de todas as dificuldades que possamos ter ao acessá-lo, é o computador.
Cuidado, pessoal, com a mania dos humanos de arranjar culpados para tudo e esconder suas próprias lacunas, e todos nós as temos. Jogar a culpa em cima de uma máquina passa então a ser uma simples fuga. Realmente é uma situação pela qual temos que ter muito zelo, pois afinal, essa linguagem pode comprometer toda uma geração acadêmica!
Imaginem seus alunos ingressando nas universidades, escrevendo TCC´s e monografias, depois artigos e teses, sendo orientados por mestres da tribo dos “naums”?!
Seria o caos sequer imaginarmos essa possibilidade! Esse é o lado ruim dessa coisa. Tem lado bom? Talvez a comunicação on-line...mas e daí? Não tínhamos o telefone e éramos tão felizes? E o tal do “torpedo”? Celular?
É um mar de coisas informatizadas que estamos disponibilizando para nossos filhos e alunos. Talvez isso redobre a atenção dos professores diante das correções de trabalhos escritos. Agora, o que vemos novamente é o exagero no uso dos computadores, não pela quantidade de horas que as crianças dedicam a ele, porque mesmo nós, adultos, quando precisamos concluir algo, ficamos por horas “digitando” ou “teclando”, como eles dizem, baixando arquivos, imprimindo,... exagero na sub-utilização desse recurso. Quem não gosta de ler o horóscopo pelo site? Quem não gosta de enviar um e-mail para alguém que está fora do país?
Conforme o amadurecimento dos nossos alunos vai surgindo, o refino em seus relacionamentos necessitará de um contato “telefônico”, daquele que a gente tem em casa, no criado-mudo ou na sala em uma mesinha chamada “mesa-do-telefone”. É uma situação “medonha” que somente vem confirmar a presença intensa do professor como mediador dos conflitos vivenciados pelos alunos durante as fases de desenvolvimento, pelas quais passam e não sabem como lidar com elas.
Esse assunto, simples e complexo, pode ser comparado às grandes revoluções sociais e econômicas, guerras e conflitos que, como diz Edgar Morin: “Ninguém pôde responder a estas questões no momento da escrita destas linhas, que, talvez, ficarão ainda sem resposta durante o século XXI”... “O futuro chama-se incerteza”
Não devemos nos apropriar de pensamentos para tentar justificar algo, nem problematizar ainda mais essa situação. Devemos resolvê-la, afinal estamos na linha de frente da educação. Alie-se ao computador para poder ter clareza e “atacar” o que você acha nocivo aos nossos alunos.
E você, professor, que já mantém certa distância do computador, tem mais um motivo para não utilizá-lo, certo? ERRADO! Pense nisso. Até mais!

imagem: http://www.opovo.com.br/colunas/up2date/img/631535_not_fot.jpg

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