20 março 2007

GERAÇÃO AUTO-DIDATA EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL


O uso das tecnologias na educação tem provocado muitos educadores. Educadores que, certamente, encontram-se incomodados com o futuro e com o presente da escola.
Da mesma forma com que nossos alunos estão conhecendo e dominando essas tecnologias, vem surgindo um grupo de ex-alunos preocupados com a formação destes atuais alunos.
Então, a meninada está se auto-gerindo, se organizando e se preparando para o futuro. Mas o que é o futuro se não nos basearmos em experiências anteriores, onde aprendemos errando e aperfeiçoamos nossa prática docente?
Conversando com uma colega especialista em informática educacional na escola pública, pude notar a preocupação e o zelo existente em vários dos projetos criados especialmente para a formação de professores, só que, quem acaba sendo protagonista destes projetos são os alunos. Os alunos, nossa principal fonte de experiência, acabam nos ensinando sempre. E o interesse despertado nos alunos, segundo essa companheira, experiente educadora, foi a melhor maneira de incluir digitalmente os professores nos projetos! E ainda, se valendo desse plano, a coisa vem dando certo! Não é nada absurdo. Pelo contrário, é uma alternativa criativa, motivadora e eficaz! Os professores estão aderindo aos projetos e utilizando o computador. Essa busca do conhecimento constante por parte dos alunos visa preencher lacunas vivenciadas por eles mesmos; curiosidades que não são despertadas por nós, seus professores. Será que é assim que deve funcionar? Uma geração de auto-didatas se preparando para resolver os próprios problemas com ênfase na sociedade da informação? E os mediadores deste processo? O uso do computador, que pode ser considerado como um dos principais meios tecnológicos utilizados atualmente, remete essa geração ao desfrute dos benefícios e da praticidade oferecida para os momentos de aprendizagem. E nós professores? Quando vamos estar preparados para essa geração?
Recentemente após a leitura de um livro* que narra a busca de um executivo pela própria essência e espiritualidade, pude acompanhar como é possível abandonar uma brilhante carreira para se tornar monge, e depois poder ensinar de forma clara e agradável os princípios fundamentais de liderança. Será que é preciso fazer com que nossos professores busquem sua essência para poder saber lidar com nossos atuais alunos?
Chego a conclusão de que, somente depois de dar o melhor de nós no trabalho educativo e podermos nos relacionar melhor com nossos alunos, além de sabermos nos relacionar melhor com nós mesmos através da troca de idéias e de discussões constantes, poderemos então, abrir novos horizontes em nossa forma de lidar com os outros. Será preciso nos tornarmos pessoas melhores para lidarmos com essa geração!
A responsabilidade do professor, (que já é tanta!) deve incorporar ainda mais, esses ingredientes!
Pense nisso.
Até mais!


*O Monge e o Executivo – Uma história sobre a essência da liderança - Hunter, James C. / Ed. Sextante - 2005

imagem: http://www.caboverde.com.br/img/fusao.jpg
contato: vicente.candido@gmail.com

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